segunda-feira, 26 de setembro de 2011

DERMATITE ATÓPICA

Seu cão é alérgico? 
 
Saiba mais sobre a ‘Dermatite Atópica’...

A dermatite atópica, também chamada de “atopia”, apresenta-se como uma doença de origem genética e inflamatória, com alta incidência na clínica médica de pequenos animais, acometendo cães entre 6 meses até 6 anos de idade, em média, sendo que o surgimento de sintomas ocorre, em 70% dos casos, entre 1 a 3 anos de idade. 

O animal começa a apresentar inicialmente sintomas como eritema (“vermelhidão” na pele), e prurido cutâneo (coceira, esfregação, lambedura, mordedura) que podem ser sazonais ou não. Normalmente esse prurido acomete mais algumas regiões do corpo como patas, flanco (abdômen), virilha, axilas, face (ao redor dos olhos e da boca) ou orelhas, podendo ser local ou generalizada. Muitos animais, de tanto prurido que apresentam, chegam a se auto-mutilar, resultando em lesões cutâneas secundárias, incluindo mancha salivar, alopecia (ausência de pêlo), escoriações, escamas, crostas, hiperpigmentação e liquenificação.
 
Problemas secundários são comumente observados, como infecções bacterianas (piodermite), fúngicas (Malassezia), otite externa e alterações oftálmicas (conjuntivite, blefaroespasmo, epífora). Cadelas podem apresentar ciclos estrais irregulares, taxa de concepção diminuída e incidência elevada de pseudociese.

Tem menor incidência em gatos e, nos cães, as raças como Lhasa Apso, Shi-tzu, Beagle, Cocker Spaniel, Poodle, Bulldog Inglês, Yorkshire e Maltês são vistas como as mais predispostas, acometendo ambos os sexos.
 
O diagnóstico é baseado no histórico e sintomas clínicos observados no animal, além da exclusão das outras causas alérgicas (picada de pulga e hipersensibilidade alimentar) e não alérgicas.  Existem alguns métodos para diagnóstico como o teste alérgico, porém pode apresentar reação falso-negativa e, o exame histopatológico (coleta de um fragmento da lesão através de biópsia da pele) que se houver presença de doença bacteriana secundária, pode não ajudar no diagnóstico.
 
O protocolo de controle desta alteração dermatológica baseia-se principalmente na educação do proprietário, uma vez que se trata de uma doença incurável, que requer tratamento para o resto da vida. Não existe tratamento perfeito, cada um deles apresenta suas vantagens e desvantagens e ambos geram gastos, lembrando sempre que pode haver recorrência dos sintomas mesmo com a terapia.
 
A terapia baseia-se primeiramente em tratar as afecções secundárias com medicamentos apropriados, o controle da infecção é fundamental.  Além do controle das pulgas e carrapatos e banhos regulares com produtos específicos também são um excelente auxílio, recuperando a função da pele e minimizando a exposição a irritantes.
 
Existem vacinas (imunoterapia), onde 60 a 75% dos casos apresentam resposta boa (associada a tratamento medicamentoso) a excelente (sem tratamento adicional). A melhora clínica costuma ser dentro de três a oito meses após o início da imunoterapia podendo demorar até um ano.
 
O prognóstico é bom, embora alguns cães necessitem de tratamento de manutenção por toda vida.
 
É contra-indicado o acasalamento de cães, sendo eles machos ou fêmeas, com sintomas de dermatite atópica, uma vez que pode ter causa hereditária.
 
E seu cão, é nota 10 em coceira?

M.V. Pamela Pioli Meneghesso
            CRMV-SP 28881


Referência bibliográfica: “Dermatologia de Pequenos Animais – Atlas colorido e guia terapêutico” – Linda Medleu & Keith A. Hnilica – 2ª Ed. – Ed. ROCA

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